3 tratamentos inovadores para alergias de cães

alergias caes

É Primavera! Chegou o calor e a alergia de cães. As árvores vestem-se de folhas, as plantas, de flores e os cães, de comichões e espirros.

As alergias em cães são reações de hipersensibilidade em que o organismo reage exageradamente à exposição a determinado estímulo (alergénio). Há diferentes tipos de alergias de cães: alimentares, farmacológicas, parasitárias, ambientais, alergias de contacto e a rainha das alergias: a atopia.

É muito comum nesta altura do ano, haver um aumento de queixas relacionadas com alergias ambientais e um reacendimento de sintomas em animais com atopia.

Cão que é cão, coça-se, mas quando esta comichão (prurido) interfere com a rotina normal do cão, prejudicando o descanso, a alimentação e o ânimo geral, não pode ser ignorada.

Alergias de cães: raças mais predispostas

Principais sintomas de alergia ambiental canina:

  • Comichão moderada a intensa

  • Alteração do comportamento: esfregar o focinho ou o corpo, lamber ou morder excessivamente as patas ou a cauda e arrancar o próprio pelo

  • Manchas avermelhadas na pele, especialmente nas virilhas, axilas e barriga

  • Dermatites recorrentes

  • Otites recorrentes

  • Rinite/ Tosse/ Espirros

Diagnóstico de alergia ambiental em cães:

O diagnóstico de alergia ambiental baseia-se muito na associação de vários factores sugestivos:

  • Aparecimento de sintomas quando os cães ainda têm um ano idade

  • Cães de raças com maior predisposição genética (Saiba mais sobre cada raça)

  • Sazonalidade (Primavera e Outono)

  • Sinais clínicos sugestivos, mencionados acima

  • Relação direta entre algum acontecimento e o aparecimento de sintomas, como rebolar na relva

  • Testes de diagnóstico laboratoriais

Testes de diagnóstico para alergias ambientais em cães:

dois tipos de testes de diagnóstico laboratorial que podem ser muito úteis na presença de suspeita de alergia ambiental em cães: os testes intradérmicos, e os testes serológicos. Apesar de consistirem em duas técnicas muito diferentes, o objetivo destes testes é o mesmo: determinar quais os alergénios do ambiente que provocam piores reações de hipersensibilidade no cão.

Com esta informação, os donos podem tentar evitar a exposição a esses alergénios, e iniciar uma terapia de hipossensibilização (imunoterapia específica).

Inconvenientes dos testes de diagnóstico para alergias:

É importante realçar que o custo destes testes é relativamente elevado, mas quando avaliamos as despesas em consultas, tratamentos infrutíferos, a diminuição da qualidade de vida dos cães, o desgaste emocional dos donos e o sentimento de frustração por não conseguirem aliviar o desconforto do animal, uma abordagem mais especializada pode justificar o investimento. Os testes laboratoriais podem por vezes revelar alguns resultados sem significado clínico, ou seja, podem revelar que o cão reage a um certo alergénio, mas clinicamente não exibe sintomas. Torna-se importante contextualizar os resultados dos testes com a história clínica e sintomas do cão.

3 Tratamentos inovadores para alergias ambientais de cães:

Até há pouco tempo, as alergias ambientais controlavam-se apenas com medicamentos antialérgicos, suplementos de ácidos gordos, banhos, e em desespero de causa, com imunossupressores e cortisona. Atualmente, os médicos veterinários podem propor soluções inovadoras mais eficazes, e muito mais seguras para a saúde dos cães. Com o Oclacitinib e a imunoterapia com anticorpos monoclonais apenas contrariamos efeitos da reação alérgica sem corrigir a causa, enquanto que a terapia de hipossensibilização altera mesmo a evolução natural da doença.

Diferenças nos 3 tratamentos para alergias de cães:

  • Oclacitinib (Apoquel)imunomodulador que altera a atividade do sistema imunitário, bloqueando as enzimas responsáveis por processo de inflamação e prurido. No fundo, cortamos o fio de comunicação, impedimos que a mensagem de inflamação e comichão chegue ao cérebro.
  • Anticorpos monoclonais (Cytopoint): terapia que utiliza anticorpos para inibir a resposta imunitária. Há uma suspensão da sinalização celular na presença de alergénios. Basicamente impossibilita a perceção do organismo aos alergénios como se fosse colocado um alarme em “mute”.
  • Terapia de hipossensibilização: vulgarmente conhecida como vacina antialérgica. Consiste numa imunoterapia desenvolvida para os alergénios específicos que provocam reação de hipersensibilidade num determinado cão. Tratamento “tailor made” baseado na injeção regular de alergénios específicos, em doses progressivamente maiores, com o objetivo de diminuir ou eliminar a sensibilidade do organismo. Essencialmente, ensinamos o organismo a habituar-se ao que antes lhe faria mal. A taxa de sucesso desta terapia varia entre 50% a 80% e depende muito de uma boa comunicação com os tutores. O acompanhamento regular do cão por um dermatologista ou veterinário com experiência na área é de igual forma relevante. A fase inicial dura vários meses, com tratamentos inicialmente semanais e pouco a pouco passam a ter um intervalo maior. A fase de manutenção exige apenas alguns tratamentos esporádicos.

A reter sobre alergias de cães:

É muito importante uma abordagem em várias frentes:

  • Nutrição de boa qualidade
  • Ácidos gordos essenciais Omega3 e Omega6
  • Evitar a exposição do cão a alergénios conhecidos
  • Banhos com champô antialérgicos, calmantes (Douxo S3 Calm)
  • Tratar pequenas lesões iniciais com sprays ou loções calmantes, antes que evoluam ( Douxo calm)
  • Controlo apertado de parasitas externos, especialmente pulgas
  • Medicamentos Anti-pruriticas (Apoquel ou Cytopoint)
  • Imunoterapia específica (“vacina antialérgica”)

É possível conseguirmos dar uma vida saudável, alegre, e confortável aos nossos cães com mais sensibilidades. Vai demorar tempo, e vai dar trabalho, mas para ver caudinhas a abanar, vai valer a pena!

Para saber mais ao que o seu cão está sujeito nesta altura da Primavera poderá ler o artigo “Picadas de insetos em cães, o que fazer e como prevenir?”