Golpe de calor em cães: 5 bons conselhos que salvam vidas

O golpe de calor em cães pode ser fatal e, infelizmente, continuam a existir numerosos casos. Aqui estão 5 conselhos para os prevenir.
Golpe de calor em cães

Os dias de calor começam a aparecer e o Verão está já aí à porta! Com o calor, vêm sempre perspectivas de grandes serões ao ar livre, convívio e muita alegria. Contudo, as altas temperaturas também comportam vários perigos que devem ser levados muito a sério, tanto para nós como para os nossos cães. Tal como as crianças, os cães dependem da nossa responsabilidade para se manterem em segurança.

Todos os anos, quando o Verão aparece, ouvimos notícias de acidentes mortais por causa do calor. A faceta lúdica dos dias veranis não pode, por isso, fazer-nos esquecer de uma série de cuidados essenciais que devemos ter. 

O golpe de calor em cães é potencialmente fatal e, infelizmente, continuam a existir numerosos casos. 

Cães que exigem especial cuidado em dias de calor

Os cães que tenham alguma destas 5 características devem merecer um especial cuidado por parte dos seus donos:

  • Problema do foro cardiovascular
  • Problema do foro respiratório
  • Idade avançada
  • Pelagem muito espessa
  • Focinho muito achatado (como, por exemplo, o Bulldog Francês)

Os cães não têm glândulas sudoríparas (responsáveis pela produção de suor e consequente regulação da temperatura corporal) espalhadas por todo o corpo como os seres humanos.

Para eles, estas glândulas concentram-se no focinho e nas almofadas das patas. Esta desvantagem biológica deve-nos fazer perceber que os cães sofrem muito mais com o calor do que nós.

Conselhos para evitar golpes de calor em cães

Para se evitar o golpe de calor em cães e conseguirmos proporcionar-lhes o melhor bem-estar possível durante os dias mais quentes, é essencial seguir estes 5 conselhos que, literalmente, salvam vidas.

1 – Não deixar cães fechados dentro de carros ou nas varandas

Esta é uma situação extremamente perigosa. Num dia em que a temperatura ambiente ronde os 25º, a temperatura no interior de um carro fechado pode chegar aos 40º num espaço de alguns minutos. Se, por alguma razão, tiver que acontecer, é fundamental que seja por pouco tempo e que as janelas estejam abertas o suficiente para que o ar circule. Para além disto, é muito importante que o carro fique à sombra. 

Pelo número de vítimas que ocorrem um pouco por todo o mundo, a PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) tem lançado várias campanhas de sensibilização relativamente a esta matéria.

Deixar cães nas varandas, embora seja menos perigoso, não é minimamente recomendável, muito especialmente nos dias de calor.

Apenas nos casos em que o cão tenha acesso a uma sombra durante todo o dia, bem como água fresca sempre à disposição, se pode aceitar que os donos o façam.

Sempre que encontrar um animal numa situação em que esteja desprotegido do sol ou sujeito a temperaturas elevadas, deve chamar a polícia para intervir dada a manifesta situação de maus tratos. 

2 – Garantir que o cão está sempre hidratado

Garantir a hidratação do nosso cão é uma preocupação diária. No entanto, nos dias mais quentes importa prestar ainda mais atenção a esta questão. Devemos garantir que o nosso cão tem sempre acesso a água fresca e motivá-lo a beber ao longo do dia.

Alguns cães, mesmo que tenham acesso a água, não bebem a quantidade suficiente, pelo que os seus donos devem pacientemente incentivá-los a hidratarem-se. 

3 – Evitar sair com o cão nas horas de maior calor

Nas horas mais quentes do dia, os cães devem estar dentro de casa, desde que esteja bem arejada. O período da tarde pode ser aproveitado para os nossos patudos descansarem, após um bom passeio matinal, onde a temperatura é mais baixa. Depois, ao final da tarde, podem novamente passear sem correr riscos relacionados com o golpe de calor.  

Caso haja alguma necessidade de levar o cão à rua durante a tarde, deve-se passear em lugares com sombra e com relva. Passear em superfícies como o asfalto ou a areia deve ser evitado, sob o risco de se queimarem as almofadas plantares, as quais, para além de proporcionarem a locomoção, têm a função de manter a temperatura corporal em níveis razoáveis.

Uma boa forma de verificar se uma determinada superfície está demasiado quente é colocar a mão sobre ela e ver se nos sentimos confortáveis com a sua temperatura. 

Outro perigo relacionado com as horas de maior calor é o surgimento de queimaduras solares. Os cães com pouca pelagem (mesmo que apenas em determinadas áreas do corpo), ou com uma pelagem fina, são mais propensos a apanharem escaldões.

Para os cães que, por serem potencialmente agressivos ou reactivos com outros cães ou pessoas, são passeados com açaime, as horas de calor são ainda mais perigosas, uma vez que este aparelho pode dificultar a respiração. Os açaimes de nylon, ou os outros tipos de açaime que prendem a mandíbula, são especialmente perigosos e nunca devem ser usados, uma vez que impedem que o cão possa arfar e que, por consequência, possa fazer a respectiva termorregulação.  

4 – Cuidar da pelagem dos animais

Contrariamente ao que se possa pensar, fazer uma tosquia que deixe muito pouco pêlo durante os dias de Verão é uma má ideia. O pêlo dos cães funciona como um isolador térmico, absorvendo ou dissipando o calor conforme a temperatura ambiente. 

A necessidade de se fazer uma tosquia varia consoante as características da pelagem de cada cão.

Existem raças que apenas precisam de uma escovagem regular que possibilite a retirada dos pêlos mortos e, consequentemente, a correcta troca de calor. Outras raças, para além da escovagem, precisam de ser tosquiadas devido ao seu pêlo longo e com tendência para a criação de nós. 

Um groomer profissional é a melhor pessoa para avaliar o correcto tratamento do pêlo durante os dias mais quentes do ano.

5 – Aplicar protector solar nos cães

O uso de protector solar nos cães é, tal como acontece com as pessoas, absolutamente fundamental num contexto em que estão expostos aos raios ultravioleta. A aplicação de protector ganha ainda maior relevância relativamente a cães com pelagem branca e com mucosas claras, uma vez que estes são os que estão sujeitos a apanharem um escaldão mais facilmente. 

O protector deve ser especialmente aplicado nas zonas mais expostas ao sol e com menos pelagem, designadamente no focinho, à volta dos olhos e nas orelhas.

Como identificar um golpe de calor em cães

É muito importante que todos os donos saibam identificar uma situação em que o seu cão pode estar a ter, ou prestes a ter, um golpe de calor. 

Eis os 9 principais sinais:

  • Arfar intenso;
  • Apatia;
  • Ansiedade;
  • Falta de resposta a comandos;
  • Pele quente e seca;
  • Mucosas pálidas, manifestando desidratação;
  • Batimento cardíaco acelerado;
  • Falta de apetite; e
  • Colapso (cenário mais grave).

Como agir em caso de golpe de calor

Em qualquer uma destas situações tem que se levar imediatamente o animal para o lugar mais fresco que se consiga encontrar, refrescando-o e hidratando-o sem recorrer a água demasiado fria, pois pode originar um choque térmico. Deve-se, o mais rapidamente possível, encontrar a clínica ou o hospital veterinário mais próximo, por forma a que o animal possa ser assistido e, assim, evitarem-se males maiores. 

Se tomarmos todos os cuidados necessários, o Verão tem tudo para proporcionar grandes momentos de alegria aos nossos cães, que, tal como nós, adoram os serões de descontracção e de brincadeira que caracterizam esta estação do ano. 

Se tiver dúvidas sobre o bem-estar do seu cão fale connosco.