Bull Terrier

Emigrante irlandês e morador da cidade inglesa de Birmingham, James Hinks foi o grande criador desta raça. Cruzando, no ano de 1860, o extinto White English Terrier com o English Bulldog (na altura uma raça diferente da que hoje conhecemos), Hinks pretendia criar um cão que deslumbrasse os espectadores tanto nas lutas de cães, como nas salas de exposições.

Naquela época, qualquer cão que fosse o resultado do cruzamento entre um bulldog e um terrier era conhecido como “bull and terrier”. Este tipo de cães, que juntavam a força dos cães de tipo bull com a agilidade dos cães de tipo terrier, começaram a ser criados nos anos trinta do século XIX.  Hinks desenvolveu um tipo particular de “bull and terrier”, através da introdução de outras raças, como... terá sido o caso do Dálmata.

James Hinks, ao se concentrar no desenvolvimento de Bull Terriers brancos, criou, inconscientemente, alguns problemas de saúde nestes animais, nomeadamente a surdez hereditária, inflamações cutâneas crónicas e doenças cardíacas. Na verdade, o Bull Terrier, ao contrário da maioria das raças que foram apuradas pela sua capacidade em exercer determinadas funções, foi desenvolvido, essencialmente, numa óptica morfológica e estética. É por esta razão que a simétrica cabeça desta raça é tão distinta de todas as outras.

Os Bull Terriers chegaram a participar em lutas com touros, no entanto, a sua grande reputação, granjeada durante o século XIX, foi motivada pela sua determinação dentro dos ringues de lutas de cães, levando-o a ser alcunhado de “gladiador”. Quando, finalmente, esta actividade foi proibida (apesar de se manter clandestinamente), o Bull Terrier começou, também, a ser usado como cão de guarda e como caçador de ratos, para além de, cada vez mais, se destacar nas salas de exposições caninas.

Na segunda metade do século XIX e no primeiro quartel do século XX, tornou-se normal ver homens abastados acompanhados de cães desta raça, uma vez que gostavam de se ver reflectidos na célebre coragem que o Bull Terrier mostrava dentro dos ringues e na sua gentileza para com as pessoas. Este fenómeno levou a que esta raça merecesse uma nova e muito abonatória alcunha, a de “cavaleiro branco”. Apesar de, à excepção do que acontece nalgumas realidades do submundo, o Bull Terrier já não ser usado para as lutas de cães, a alcunha de “cavaleiro branco” manteve-se graças à sua boa disposição e paciência para com as crianças. Evidentemente, este traço temperamental aplica-se também aos Bull Terriers com outras cores.

Devido à grande variabilidade de tamanhos entre diferentes exemplares da raça, decidiu-se, em 1992, separá-la em duas raças: o Bull Terrier; e o Bull Terrier Miniatura.

Foram vários os exemplares desta raça que ficaram na História, de entre os quais podemos destacar três:

1 – Willie, o Bull Terrier que acompanhou para todo o lado, inclusivamente para os teatros de guerra, o famoso general norte-americano George S. Patton, que comandou as forças do seu país, durante a II Guerra Mundial, em importantes batalhas contra as Potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).

2 – Patsy Ann, uma cadela Bull Terrier que cumprimentava todos os tripulantes das embarcações que aportavam no porto de Juneau, no Alasca, durante a década de trinta do século XX, sendo adorada tanto pelos turistas como pelos locais. A sua fama foi de tal ordem que levou a que se tivesse erguido, neste porto, uma estátua sua feita de bronze.

3 – Spuds Mackenzie, o cão que fez com que a popularidade da raça crescesse brutalmente durante os anos oitenta do século passado, graças à sua participação nos anúncios televisivos da marca de cervejas norte-americana Budweiser.