Vizsla Húngaro
Ficha Técnica
- Grupo: 7 - Cães de parar ou cães apontadores
- Secção do grupo: 1 - Cães de parar continentais
- Variedades: Pêlo curto, Pêlo cerdoso (ou de arame)
- País de origem: Hungria
- Data de origem: Séc. XVI
- Primeira utilidade: Caça e falcoaria
- Peso aproximado: 22-30 Kg
- Altura aproximada: 54-64 cm
- Cores: Diferentes tons de ouro avermelhado e amarelo escuro
- Esperança média de vida: 14 anos
- Outros nomes: Braco Húngaro
História do Vizsla Húngaro
O exímio caçador magiar
O Vizsla precede a sua própria nacionalidade. Os seus antepassados acompanharam os magiares, um grupo étnico originário dos montes Urais que compõe a maioria da população húngara, durante a sua invasão à Europa Central, estabelecendo-se, no século IX, no território que hoje corresponde à Hungria.
Eram os cães mais apreciados pela aristocracia húngara, que, ao longo de séculos, desenvolveu as suas aptidões para a caça. Com a conquista do Reino Húngaro pelos otomanos, no século XVI, estes cães foram cruzados com as raças já extintas Turkish Yellow e Pannonian Hound, dando origem à raça que hoje conhecemos.
Já nos anos 30 do século XX, para além dos Vizslas de pêlo curto, passaram a ser desenvolvidos Vizslas de pêlo de cerdoso (ou de arame), hoje considerados uma raça autónoma. Esta... segunda variedade foi criada por Vasas Jozsef, que utilizou as suas duas melhores cadelas para cruzar com excelentes exemplares de Braco Alemão, dando origem a um cão com o pêlo mais comprido e, por isso, mais preparado para recuperar a caça em águas muito frias.
Tal como aconteceu com muitas outras raças, o Vizsla sofreu um sério revés com a II Guerra Mundial. Após este conflito e com a ocupação soviética da Hungria, a raça continuou a enfrentar grandes dificuldades e chegou a estar perto da extinção, uma vez que a sua relação com a aristocracia trouxe-lhe uma má reputação aos olhos do poder instalado. Graças aos expatriados húngaros, que levaram os seus cães quando emigraram para outras partes da Europa e para a América do Norte, a sobrevivência do Vizsla ficou assegurada.
Temperamento do Vizsla Húngaro
Tão inteligente quanto afável
Um companheiro meigo e obediente, o Vizsla é uma raça activa e que adora estar na companhia da sua família. A sua inteligência permite-lhe aprender com facilidade, sendo muito importante estimulá-la para que se torne num cão equilibrado e realizado. Da mesma forma, é fundamental que faça bastante exercício físico, uma vez que, como qualquer cão de caça, necessita de libertar energias. Caso não lhe seja proporcionada actividade física, poderá adoptar comportamentos destrutivos em casa.
A sociabilização com outras pessoas e com outros cães deve ser proporcionada desde tenra idade para que ganhe confiança.
O Vizsla continua a ser muito apreciado como cão de caça, sendo capaz de seguir rastos, apontar e recuperar (HPR – Hunt, Point and Retrieve).
Saúde do Vizsla Húngaro
O Vizsla é uma raça muito saudável, tendo uma baixa incidência de displasia da anca. Pode ter doenças do foro ocular e adenite sebácea (inflamação destrutiva das glândulas sebáceas que afecta a sua pele).
O Vizsla precisa de fazer bastante exercício físico para se manter equilibrado física e psicologicamente.
Relativamente aos cuidados com a sua pelagem, embora o Vizsla de pêlo cerdoso exija maior atenção no que respeita a esta matéria, qualquer uma das variedades precisa de ser escovada para que os pêlos mortos sejam removidos.
Aparência Física do Vizsla Húngaro
- O focinho é ligeiramente mais comprido do que a cabeça, afunilando moderadamente até à ponta do nariz
- Nariz bastante largo, com narinas bem abertas
- Pescoço de comprimento médio, musculado e ligeiramente arqueado
- As orelhas finas e sedosas têm pontas redondas e pendem junto às bochechas
- A cabeça é magra e musculada, com um entalhe na testa
- Peito musculado e profundo
- Coxas bem desenvolvidas, com uma angulação ligeira na soldra
- Peito musculado e profundo
Curiosidades
A primeira referência escrita aos antepassados do Vizsla está presente no Chronicon Pictum, uma crónica escrita por Mark Kálti, em 1358, por ordem do Rei Luís I da Hungria, conhecido como “O Grande”. Nesta crónica, aparece um desenho destes cães e uma descrição sobre as suas capacidades para a caça com falcões. Na Idade Média, a falcoaria – arte de criar, cuidar e treinar falcões (ou outras aves de rapina) para a caça, era muito apreciada pelos aristocratas.