O que provocou o abandono de animais após o surgimento da Covid-19?

O abandono de animais disparou durante a pandemia, com a subida de internamentos e mortes, e com o desemprego a aumentar. As associações apelam à ajuda dos particulares e incentivam à adoção.

Nas grandes cidades do país, Porto, Lisboa, Setúbal e Leiria, as forças de segurança relataram um aumento de 667 casos de abandono de animais entre janeiro e agosto de 2020, face a um número inferior a 500 casos em 2019.

Num inquérito realizado pela Animalife, junto de mais de 200 associações nacionais de animais, 90% das respostas confirmaram um aumento de abandono de animais na sequência da pandemia Covid-19.

Principais causas que provocaram o abandono de animais:

  • Com o crescente número de mortes e internamentos com Covid-19, muitos são os que têm recorrido às associações para acolher os animais a seu cargo.
  • A maioria das associações aponta também as dificuldades económicas e as situações de desemprego decorrentes da pandemia como principal causa do aumento de casos de abandono de animais.
  • Dificuldade no acesso a bens e serviços de primeira necessidade, como alimentação ou tratamentos médico-veterinários. Foram sinalizadas muitas famílias que, devido à pandemia, ficam desempregadas e sem condições económicas para a medicação e para a realização das cirurgias dos seus animais.

Associações com dificuldades devido ao aumento de abandono de animais

A par do aumento de casos de abandono de animais, verifica-se uma diminuição no número de adoções, com maior incidência nos cães. É uma situação que tem levado várias associações a encerrarem ou a manterem-se com serviços mínimos, já que o aumento da entrada de animais não é compensado com as ajudas de voluntários e de donativos.

A pandemia além de vir limitar a deslocação dos voluntários, com a imposição do isolamento profilático e do teletrabalho, contribuiu também para a redução da entrega de donativos por pessoas individuais, que são os que mais contribuem e são também os mais afetados pela crise económica.

Um apelo à adoção

De forma a ajudar as associações, é incentivada a adoção em vez da compra de um animal de estimação. A adoção é uma situação ideal para associações que têm vindo a registar novas entradas de animais, mas também para os indivíduos. Porque havendo muitas pessoas afetadas com os cortes económicos, a adoção passa a ser uma opção mais valorizada, dado que o tutor não precisa de comprar o animal, mas apenas de ter condições para o manter.

Associação UPPA

A Associação UPPA (União Para a Proteção dos Animais) alberga nas suas instalações dezenas de patudos à espera de uma nova casa. O processo de adoção inicia-se com uma visita ao Albergue UPPA que não acarreta qualquer compromisso. Todos os animais encontram-se vacinados, desparasitados, com chips de identificação e esterilizados ou castrados, consoante se tratem de cães ou cadelas.

Pode consultar na página da UPPA  todos os cães que estão disponíveis para adoção.

Caso a adoção não seja uma opção, a associação aconselha o apadrinhamento e disponibiliza outras formas de ajudar, como a entrega de donativos (monetários ou em bens) e o voluntariado. Ajudas pequenas que fazem toda a diferença para reduzir o número de abandono de animais.

Saiba mais em “Conselhos para a adoção de um cão”.